domingo, 4 de agosto de 2013

A Arte na República Velha - Semana de Arte Moderna de 1922

A Semana de Arte Moderna aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Houve declamações de poesias, exposições de quadros e esculturas e concertos.É o marco inicial do Modernismo brasileiro. Foi organizada por um jovem grupo de escritores e artistas que queriam transformar, renovar e criar uma Arte autenticamente brasileira.
 Por mais que tivesse tido forte influências de vanguadas europeias, tais como o Futurismo, Dadaísmo entre outros, os artistas modernistas queriam fazer uso dessas influências através de características puramente nacionais quebrando com o passado e com os movimentos anteriores presos aos modelos europeus. Outra característica do movimento era a busca pela liberdade de expressão, o que possibilitou cada artista criar suas obras sem a necessidade de um padrão. Os temas sociais também passam a ganhar destaque no meio artístico.
 Durante as apresentações houve muitas vaias por parte do público que ainda estava acostumada aos padrões anteriores. Depois o evento continuou sendo altamente criticado e foi apenas ganhando a sua devida importância ao decorrer dos anos. 
 Os principais artistas desta semana foram na literatura: Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Plinio Salgado. Na pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro. Na escultura: Victor Brecheret. Na música: Villa-Lobos. A pintora Tarsila do Amaral não participou da Semana, mas é um nome importante no Modernismo brasileiro.
Graça Aranha também foi um dos organizadores, fazendo o discurso inicial, porém não faz parte oficialmente deste movimento sendo na verdade um autor pré-modernista que apoiava fortemente os "jovens revolucionários".
 O contexto histórico é marcado pela crise do café e pela expansão da industrialização, o que provocou uma rápida urbanização. A pequena burguesia entra em ascenção, enquanto que uma parte da grande burguesia passa a investir na indústria.
  A Semana de Arte Moderna depois transformou-se em outros movimentos, tais como o Movimento Pau-Brasil, o Antropofágico, o Verde-Amarelo entre outros.
 O Modernismo ainda contou com mais duas gerações que surgiram nas décadas seguintes.

Referências bibliográficas:

http://www.infoescola.com/artes/semana-de-arte-moderna/
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=344
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22/
http://www.pitoresco.com/brasil/textos/semana.htm

domingo, 7 de julho de 2013

A Arte na República Velha - O Pré-Modernismo

Este e o próximo texto a ser postado são de minha autoria e foram utilizados na verdade para um outro blog utilizado para um trabalho escolar realizado no  ano passado, mas como gostei bastante desses textos resolvi publicar no meu blog pessoal.


Euclides da Cunha
 O Pré-Modernismo não é propriamente um movimento literário, sendo na verdade apenas uma uma época transitória entre os movimentos anteriores(Realismo/Naturalismo, Simbolismo e Parnasianismo)para o Modernismo, em geral seus representantes não seguiam exatamente um mesmo padrão e tinham estilos individuais muito marcantes.Predominou durante as duas primeiras décadas do século XX.
 O início deste século é marcado pela avanço tecnológico. O automóvel, o telefone e o cinema começam a ser popularizar. A Europa sofre com a Primeira Guerra Mundial, enquanto que no Brasil se predomina a política do café-com-leite e quando ocorre diversas revoltas sociais no país inteiro, principalmente no nordeste. Se destacam a Revolta de Canudos, a de Chibata e a da Vacina.
 Desta maneira com excessão de Augusto dos Anjos, a questão social e o regionalismo predominam na literatura.
 Os marcos iniciais foram as publicações de "Os Sertões" de Euclides da Cunha e "Canaã" de Graça Aranha, ambos publicados em 1902.
 "Os Sertões" retrata a Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX no nordeste, Euclides da Cunha era o colaborador do jornal O Estado de S. Paulo que foi enviado ao local da revolta para acompanhar o acontecido. Foi engenheiro e membro da Academia Brasileira de Letras(ABL).
 "Canaã" dá destaque para imigração alemã no estado do Espírito Santo. É a maior obra de seu autor, Graça Aranha foi um dos membros fundadores da ABL, porém desligou-se dela em 1924 por acreditar que a instituição não correspondia mais ao seus princípios iniciais. Também foi um dos organizadores da Semana da Arte Moderna, porém nenhuma de suas obras escritas durante ou depois deste marco são significativas a esse movimento, por isso é declarado apenas como um autor pré-modernista.
 Os outros autores de destaque foram Lima Barreto, que escreveu "Trite Fim de Policarpo Quaresma", focado no Rio Janeiro, o autor demonstra os problemas sociais urbanos da época. Fez uso de uma linguagem mais simples e coloquial. Mulato e alcoólatra viveu na própria pele o preconceito.
 Monteiro Lobato escreveu o livro de contos "Urupês", os enredos dos contos aconteciam no interior do estado São Paulo, no Vale do Paraíba, na maioria das vezes no meio rural. Nascido em Taubaté, era fazendeiro e advogado. É muito conhecido pelos seus livros infantis.
 Por último Augusto dos Anjos conhecido como o "Poeta do Pessimismo", publicou apenas um único livro "Eu", que depois passou a ser publicado como "Eu e Outras Poesias" para que a sua obra fosse reunida em apenas um livro. Seus poemas são marcados além do pessimismo, pela angústia e pelo sentimento de revolta. Sua obra também é marcada pelo uso incomum de termos científicos ou de palavras considerada anti-poéticas. Tinha fortes influências simbolistas, porém o seu estilo era como já escrito muito individualista.

Curiosidades: A Academia Brasileira de Letras é uma instituição fundada em 1897 no Rio de Janeiro, com o intuito de manter e cultivar a literatura e a língua do país. Teve quarenta membros fundadores, entre eles estão Machado de Assis, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, José Veríssimo entre outros. Cada membro é vitalício e considerado "Imortal", a entrada de um novo membro só acontece com a morte de outro. Foi inspirada pela a Academia Francesa.

Referências bibliográficas

http://www.brasilescola.com/literatura/pre-modernismo.htm
http://www.algosobre.com.br/literatura/pre-modernismo.html
http://www.infoescola.com/literatura/pre-modernismo/
http://www.academia.org.br/

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Um Pouco de Poesia - Cassiano Ricardo

  Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos em 1895 e faleceu no Rio de Janeiro em 1974. Talvez seja um dos escritores modernistas menos conhecidos atualmente pelos leitores em geral, mas não há como negar o peso de sua obra para a literatura nacional. Como grande parte dos autores do período, em sua juventude Cassiano iniciou sua carreira de poeta nas bases do Parnasianismo e do Simbolismo, mas não demorou a ser envolver com o Modernismo, participando dos grupos Verde-amarelo e Anta, ambos de cunho nacionalista e integralista, porém desligou-se desses grupos por não possuir as mesmas ideias políticas. De poética lírica e sentimental, nunca esqueceu os anseios intimistas. Passou por diversas fases chegando por último ao Concretismo do qual também teve algumas desavenças. Entre os seus principais livros estão "Martim-Cererê", "Borrões de Verde e Amarelo", "Marcha para Oeste" e "Vamos Caçar Papagaios".
  Fez parte das Academias Paulista e Brasileira de Letras.
 Em sua cidade natal, São José dos Campos, Cassiano Ricardo dá nome para uma fundação cultural que se dedica a divulgar as mais diversas formas de arte, além disso é o maior ícone de arte da cidade.
  Confira duas poesias de Cassiano Ricardo:

A Flauta que me Roubaram

Era em S. José dos Campos
E quando caía a ponte
eu passava o Paraíba
numa vagarosa balsa
Como se dançasse valsa.
O horizonte estava perto.
A manhã não era falsa
como a da cidade grande.
Tudo era um caminho aberto.
Era em S, José dos Campos
no tempo em que não havia
comunismo nem fascismo
pra nos tirarem o sono.
Só havia pirilampos 
imitando o céu nos campos.
Tudo parecia certo.
O horizonte estava perto.

Havia erros nos votos
mas a soma estava certa.
Deus escrevia direito
por pequenas ruas tortas.
A mesa era sempre lauta.
Misto de sabiá e humano
o meu vizinho acordava 
tranquilo, tocando flauta.
Era em S, José dos Campos.
O horizonte estava perto.
Tudo parecia certo
admiravelmente certo.

Imemorial

Não fui que sou, quando nasci.

Nem sou quem sou, quando amo.
Nem quando sofro.
Porque coexisto. Porque a angústia
é uma herança.

Só me aproximo de mim mesmo
quando fujo,
atravesso a fronteira,
ou me defendo, ou fico triste.

Ou quando sinto a rosa
 secreta e quente da vergonha
subir-me à face.

O mar me bate à porta, 
como um grito da origem,
mas como descobrir
a onda imemorial que me trouxe?



domingo, 3 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis

  Estreou nos cinemas brasileiros no dia um de fevereiro o filme "Os Miseráveis", baseado no musical de renome e este baseado na obra do escritor francês Victor Hugo publicado primeiramente em 1862, um verdadeiro clássico literário.
  A história acompanha a vida de Jean Valjean, um homem que foi condenado por roubar pão para matar a fome de seu sobrinho, depois de sair da cadeia passa a ser perseguido por Javert, que acredita fielmente na lei e que fará de tudo para que Valjean não fique em liberdade, pois acredita que um criminoso não pode viver tranquilamente no meio da sociedade. A França, país onde se passa toda a história encontra-se num momento de grandes conflitos na primeira metade do século XIX.
O filme é um musical à moda antiga, quase não há intervalos entre as canções, é inteiramente cantado com exceção de poucas falas que eram ditas em meio a tantos versos, fato que poderá desagradar alguns e empolgar outros. Como tem uma longa duração realmente se torna cansativo, mas quem for fã do gênero ou tiver um pouco de paciência não irá demorar a acostumar com o ritmo do filme e se envolver por completo nos enlaces da história e dos personagens.
 Tem recebido críticas mistas por parte dos especialistas e tem sido aclamado pelo público. E não era para menos o musical recebeu quatro indicações para o Globo de Ouro do qual venceu três(Melhor filme; Melhor ator para Hugh Jackman e Melhor atriz coadjuvante para Anne Hathaway), também recebeu oito indicações para o Oscar, a premiação acontece no final desse mês, além de ser indicado para outras premiações futuras.
  A direção ficou por conta de Tom Hooper(o mesmo diretor de O Discurso do Rei), no elenco grandes atores: Hugh Jackman vai além de suas conhecidas atuações como Wolverine e mostra todo o seu talento como Jean Valjean; Russel Crowe dá a vida a Javert que dessa vez parece não ter agrado muito os críticos; Anne Hathaway interpreta Fantine que cantou "I Dreamed a Dream", música já conhecida do público e uma das mais emocionantes. O elenco ainda conta com Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen, que atuam e cantam pela segunda vez, sendo que a primeira foi no musical de terror Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, a dupla interpreta o casal Thénardier, responsáveis por quebrar o clima pesado que permeia a maior parte da trama com seus atos cômicos. Amanda Seyfried como Cosette, filha de Fantine; Eddie Redmayne como o jovem revolucionário Marius e Samantha Barks como Eponine, filha do casal Thénardier.
  Os Miseráveis promete resgatar o gênero musical que parece estar meio esquecido no meio cinematográfico com seus cenários magníficos e impressionantes,  personagens reais e canções fortes que nos fazem sair do cinema cantarolando-as, e acima de tudo será um daqueles filmes que jamais serão esquecidos por aqueles que se dispuserem a se envolver e se emocionar por uma história arrebatadora que envolve um cunho histórico e sentimentos humanos.