terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Gênero Literário: Romance Policial

Para fechar o mês de janeiro, cumpro com a minha promessa e dou início a série "Gênero Literário", com um dos mais populares do mundo: o Romance Policial.
Este gênero literário é caracterizado pela narrativa que gira entorno de um crime a ser resolvido, inicialmente parece não existir solução, porém um dos intuitos desse gênero é mostrar que não existe crime perfeito, ao decorrer do texto surgem à vista do leitor e do protagonista pistas e fatos que podem levar a solução. O protagonista em geral é um detetive, seja profissional ou amador. O antagonista é o criminoso que durante o enredo estará agindo para que não seja descoberto, isso faz com que entre em jogo o psicológico e a história dos personagens.
Edgar Allan Poe
Um dos primeiros expoentes foi o escritor Edgar Allan Poe, muito conhecido na verdade por suas histórias de terror. Poe escreveu "Assassinatos na Rua Morgue", "A Carta Roubada" e "O Mistério de Marie Rogêt", cujo detetive foi C. Auguste Dupin.
O romance policial tornou-se extremamente popular a partir do final do século XIX e  início do século XX, com Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes e com Agatha Christie, a Rainha do Crime cujo os personagens mais consagrados foram Hercule Poirot e Miss Marple.
 O gênero Romance Policial já foi encarado como sensacionalista e com pouco valor literário. Contudo é inegável dizer que esses livros se eternizaram no meio literário, digamos que a literatura não é a mesma sem esses personagens ilustres e de mentes brilhantes. Cada detetive tem métodos distintos como Sherlock Holmes com o método científico, mas em alguns pontos se interligam como o uso da observação, por exemplo.
Além dos autores já citados iriei citar apenas mais alguns pois são muitos: Raymond Chandler, Dashiell Hammett e Humberto Eco. No Brasil, Jô Soares, Rubem Fonseca e na literatura infanto-juvenil: Pedro Bandeira. 
Agatha Christie
Opinião pessoal: a Literatura Policial é muito extensa e escrevo de que ela chega a ser viciante, porém é claro com o cuidado com as dosagens e formas como analisamos cada obra. Primeiro, não devemos encara-los de olhos fechados, não pense que a criação desse tipo de livro pode ser feita apenas por um grupo seleto de escritores, pelo contrário, uma dosagem de inteligência, observação e saber interligar os fatos não tornam esses autores inumanos. A graça da leitura desses livros é justamente tentar descobrir o final ao decorrer das páginas, mostrar a nós mesmos que também temos mentes aguçadas.
Confesso que sou muito fã de Conan Doyle, adoro Edgar Allan Poe e Agatha Christie. Porém ultimamente tenho me desapontado um pouco com esse gênero, quando se lê muito e passa-se a analisar criticamente parece que a cada novo caso, os desfechos não são mais tão surpreendentes e que não são façanhas de poucos. O próprio Holmes falou em um dos seus casos o que era necessário para ser um bom detetive: observação, dedução e conhecimento. 

sábado, 14 de janeiro de 2012

A mente mais brilhante do mundo


Sherlock Holmes, o maior detetive da ficção de todos os tempos e uma das maiores figuras 
da literatura universal. Afinal de contas quem nunca ouviu falar nesse nome tão ilustre de 
um detetive consultor que na maioria das vezes fazia de suas armas apenas a observação, 
a dedução e o conhecimento?
Sherlock Holmes e o doutor John Watson são personagens criados pelo escritor e médico 
britânico Sir Arthur Conan Doyle, primeiramente para a história "Um Estudo em Vermelho". 
Com o tempo as histórias desta dupla ficaram tão populares que depois da morte do autor, muitos outros escritores começaram a criar novas histórias para preencher o hiato que fora deixado. Para que se pudesse distinguir as histórias desses autores das originais criadas por Conan Doyle, foram reuniram todos os textos no famoso cânone sherlockiano. Nele estão presentes além do "Um Estudo em Vermelho" mais três romances: "O Signo dos Quatro", "O Cão dos Baskervilles" e o "Vale do Terror" e cerca de 56 contos, totalizando 60 casos.
Dono de uma personalidade excêntrica, Sherlock Holmes era solitário, um tanto pouco 
arrogante e muito inteligente. Seus disfarces eram perfeitos. Quase sempre era dominado 
pela razão invés dos sentimentos. Possuía um vasto conhecimento em vários campos  
como por exemplo História e Química. Lutava boxe, sabia manejar alguns tipos de armas 
como bastões e espada. Nas horas vagas gostava de tocar violino. De acordo com Watson, 
seu amigo era dono de uma força que não parecia lhe pertencer. 
 Muitas vezes Holmes nem sequer saía de sua residência para resolver os casos, podia 
passar dias trancado em seu quarto em um apartamento que dividiu por um longo tempo 

com Watson na 221B Baker Street em uma Londres transitória do século XIX ao XX. 
 O médico John Watson é o narrador de todas as histórias escritas, e até o que se sabe o único e melhor amigo de Holmes.
Para criar o detetive o autor baseou-se em Joseph Bell, seu professor nos tempos de faculdade.
O universo de Sherlock Holmes vai além das páginas dos livros, ganhando espaço em outras artes, não é a toa que é o personagem fictício que mais teve adaptações para cinema, teatro, televisão e rádio.
 Ontem, estreiou nos cinemas brasileiros: "Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras" , de Guy Ritchie. Estrelando Robert Downey Jr. como o personagem título e Jude Law como Dr. Watson. Mais uma nova releitura de dois personagens que há muito tempo continuam 
conquistando diversas gerações.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um pouco de poesia - Manuel Bandeira

Para começar o ano resolvi escrever um pouco sobre Manuel Bandeira, um dos percussores e um dos maiores nomes da poesia modernista brasileira. Nascido em 1886 no Recife e faleceu em 1968 no Rio de Janeiro. Inicialmente teve influências simbolistas e parnasianas, muito marcantes em seu livro de estreia "A Cinza das Horas". Seu segundo livro "Carnaval" trouxe marcas do novo movimento que surgia e que se manteve nos livros seguintes , o Modernismo. Uma de suas maiores características foi o lirismo e era um verdadeiro mestre nos versos livres. Escrevia sobre o amor, a morte e o cotidiano sempre com um tom de melancolia acompanhado de ironia e um toque de angústia e amargura.
Confira duas poesias de Manuel Bandeira:


Poética

Estou farto do lirismo comedido 
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja 
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!