quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Hoje quero...

Escrever no improviso. Ano que vem haverá novidades, pretendo lançar uma nova série para acompanhar o "Um pouco de poesia", depois de muito pensar decidir escrever sobre gêneros literários. A série ainda não tem nome, porém escolhi para começar a escrever com o gênero Romance Policial. Ano que vem ainda falarei sobre Sherlock Holmes, Edgar Allan Poe, o universo de J.R.R.Tolkien, Mangás, HQ's, alguns movimentos literários, e outros temas ao decorrer do ano.
Mudando um pouco de assunto. O "Meu Universo Literário" completou neste mês um ano de existência, para comemorar resolvi escrever um pouco sobre os meus gostos literários que talvez já sejam destacados indiretamente em todos as minhas postagens. Acho que o mais óbvio é que adoro a Literatura Brasileira, me entristeço com falta de valorização desta no próprio país. Um país com uma cultura tão rica se deixando ocultar em baixo das influências estrangeiras e da ignorância de muitos. Amo a poesia modernista, os sonhos do Simbolismo e o ar sombrio e imaginário do Romantismo.
Meus autores favoritos começando pelos poetas são: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Cecília Meireles, Cassiano Ricardo, Álvares de Azevedo, Fernando Pessoa e Augusto dos Anjos. Entre os prosadores estão Clarice Lispector, Érico Veríssimo, Machado de Assis, Edgar Allan Poe, J.R.R.Tolkien, C.S.Lewis e Conan Doyle.
E para terminar os meus livros favoritos, "Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos, "Ciranda de Pedra" de Lygia Fagundes Telles, "Dom Casmurro" de Machado de Assis, "Coração de Tinta" de Cornélia Funke, "Água Viva" de Clarice Lispector, "O Xangô de Baker Street" de Jô Soares. Os contos: "A Pedra Mazarino"(Sherlock Holmes) de Conan Doyle, "O Poço e o Pêndulo", "O Barril de Amotillado", ambos de Edgar Allan Poe. As poesias: "Minha Desgraça" de Álvares de Azevedo, "Imemorial" de Cassiano Ricardo, "Idealismo" de Augusto dos Anjos e há tantas poesias de Carlos Drummond de Andrade que não é possível listá-las. Esta é a última postagem do ano, então até o ano que vem...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ler devia ser proibido

Sei que muitos leitores talvez já tenham lido esse texto, porém parece poder descrever tudo o que sentimos perante os livros. Decidi então publicá-lo no blog. Tenho certeza que todos os leitores irão gostar, uma vez que compreendemos aquilo que está nos livros, os nossos mundos paralelos, e no meu caso "meu universo".



LER DEVIA SER PROIBIDO
 Por Guiomar de Grammont

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem do submisso. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

sábado, 3 de dezembro de 2011

A Arte de Correr na Chuva

Faz muito tempo que não escrevo sobre um livro, a última vez foi em fevereiro! Já é dezembro e não recomendei nenhum livro desde então!
Escolhi desta vez, "A Arte de Correr na Chuva" de Garth Stein. Uma história que facilmente encantará diversos leitores, principalmente os amantes dos cães.
A história é narrada na primeira pessoa e na voz do mais sincero dos seres, um cachorro chamado Enzo, que na velhice e muito próximo da morte passa a narrar toda a sua vida, sua trajetória, sonhos e todos aqueles que fizeram parte de sua história.
Apaixonado por Fórmula 1, gosto que adquiriu com o dono Denny, Enzo é tão apegado a ele que sonha poder em outra vida nascer como humano, podemos até dizer que é cão com uma alma humana.
Uma verdadeira prova de Amor e Lealdade, este romance mostra o quanto somos capazes de fazer por aquilo que amamos e lutar pelos sonhos e ideias.
 Para quem gostas de cães, Fórmula 1 e histórias marcantes que provocam a reflexão fica a dica para este início de dezembro para os que já estão de férias ou próximos desta.
 Ano de lançamento: 2008
 Editora: Ediouro
 Tradução: Elvira Serapicos
 O livro é um dos best-sellers do New York Times